“A Lista de Brett”, o romance de estreia da escritora
norteamericana Lori Nelson Spielman, foi lançado este ano pela editora Verus.
Eu o vi pela primeira vez em um vídeo da Géssica, do blog Borboletas da Carteira,
e me interessei, pois ela falou muito bem do livro.
O livro conta a história de Brett, que perdeu a mãe há poucos
dias, ficando completamente sem rumo. Seu pai (com quem nunca teve um bom
relacionamento) morreu à muitos anos, e ela é a única dos três filhos que ainda
não formou uma família, então é também a que tinha um laço mais forte com
Elizabeth, sua mãe.
No dia da leitura do testamento, Brett está se preparando
psicologicamente para assumir a empresa de cosméticos que sua mãe fundou, mesmo
sabendo que não é a pessoa que mais merece o cargo. A surpresa vem quando seus
irmãos recebem suas heranças, sua cunhada, o braço direito de sua mãe na
empresa, ganha a presidência da mesma, e Brett recebe apenas... Uma carta.
Elizabeth determinou que Brett só receberia a sua herança se
cumprisse dez itens de uma “lista de sonhos” que ela escreveu quando tinha
quatorze anos, há vinte anos atrás. Ela tem um ano para cumprir itens como “ter
uma casa legal”, “ter um filho” e “adotar um cavalo”, senão não ganhará a
herança. O advogado que sua mãe contratou, Brad fica
encarregado de ajudá-la na realização das tarefas, principalmente dando apoio
moral para que ela não desista da lista.
É muito bonito ver como, em doze meses, Brett vira uma pessoa
completamente diferente. Ela estava vivendo cada vez menos como ela mesma,
seguindo padrões e sonhos alheios, sem olhar para dentro de si e ver o que ela
queria. Por muitas vezes Brett quis desistir e não entendeu porque sua mãe a
fazia passar por tantas reviravoltas e tantas “provações”, mas aí Brad –
lindo – entrava em cena e a ajudava a superar seus medos e inseguranças do
momento.
“A Lista de Brett” foi um livro que superou completamente as
minhas expectativas. Eu estava esperando um romance bonito, sim, mas me
surpreendi com o quanto gostei desse livro. A Brett é uma personagem com a qual
muitos leitores conseguirão se identificar. Ela erra, reclama, chora, quase
desiste e, então, segue em frente. Ela se supera e aprende a reviver, graças aos
conselhos de sua mãe.
Durante vários momentos da leitura, eu me peguei pensando em
como será quando minha mãe se for. Eu não consigo imaginar um mundo sem ela, e
é esse o sentimento que, logo nas primeiras páginas, é transmitido para o
leitor: Brett não imagina seu mundo sem a sua mãe. Através das cartas e da
lista de desejos, além de redescobrir seus sonhos, ela acaba achando uma forma
de diminuir um pouco a dor de não ter mais alguém tão importante diariamente
consigo.
Apesar de ser, muitas vezes, intenso, o livro consegue se
transformar em uma leitura rápida, graças à narrativa bonita e, ao mesmo tempo,
descontraída de Lori. Por ser um romance de estreia, eu me surpreendi muito com
a qualidade da obra. Já que a tendência é melhorar, espero muito ler outros
romances dessa escritora, e me encantar tanto quanto em encantei com Brett e
sua lista.
364 páginas | Livro único | Editora: Verus