Starters #1
Editora: Novo
Conceito
Páginas: 368
Seu mundo mudou para sempre. Callie perdeu os pais quando a Guerra
de Esporos varreu todas as pessoas entre 20 e 60 anos. Ela e seu irmão mais
novo, Tyler, estão se virando, vivendo como desabrigados com seu amigo Michael
e lutando contra rebeldes que os matariam por uma bolacha. A única esperança de
Callie é Prime Destinations, um lugar perturbador em Berverly Hills que abriga
uma misteriosa figura conhecida como O Velho. Ele aluga adolescentes para
alugar seus corpos aos Enders — idosos que desejam ser jovens novamente.
Callie, desesperada pelo dinheiro que os ajudará a sobreviver concorda em ser
uma doadora. Mas o neurochip que colocam em Callie está com defeito e ela
acorda na vida de sua locadora, morando em uma mansão, dirigindo seus carros e
saindo com o neto de um senador. Parece quase um conto de fadas, até Callie
descobrir que sua locatária pretende fazer mais do que se divertir — e que os
planos de Prime Destinations são tão diabólicos que Callie nunca podia ter
imaginado...
Callie vive em um mundo alguns anos à frente do nosso, nos
Estados Unidos. No último ano, ela tem vivido em prédios abandonados, se
sustentando de comida roubada e restos de comida dos outros; roubando água e
eletricidade de outras casas; e fazendo o possível para ajudar o seu irmão,
Tyler, que está doente. Callie vive nessas condições precárias porque um vírus
foi jogado em seu país, matando todas as pessoas entre vinte e sessenta anos,
porque estas não foram vacinadas. Ela perdeu seus pais, não pode trabalhar,
porque ainda não tem dezenove anos, e não tem alguém que possa cuidar dela. Então
a garota tenta se virar, com a ajuda de Michael, um amigo que ela fez quando
passou a morar “na rua”. Mas isto está prestes a mudar, graças à empresa Prime Destinations.
Callie ouve sobre a Prime
através de um de seus parceiros – outra pessoa que mora no mesmo prédio que
ela. Decidida a ajudar o seu irmão, ela vai até Beverly Hills, onde fica a sede
da empresa, para saber como funciona a locação de corpos. Callie é uma Starter, uma adolescente, e para ser uma
doadora, um neurochip seria implantado no seu cérebro, ela teria que fazer três
alugueis, e depois receberia o seu dinheiro. Depois de muito pensar, Callie
acaba aceitando. Mas no seu terceiro aluguel, algo dá errado. Callie acorda
antes do tempo, dividindo a consciência com a personalidade da Ender – pessoa idosa, neste caso uma
mulher – que alugou o seu corpo. A Starter
não sabe o que aconteceu, mas a Voz em sua cabeça – de Helena, a mulher que
alugou seu corpo – diz claramente: não
volte à Prime Destinations.
Callie ainda tem que lidar com a doença de seu irmão, a
falta de informações, o fato de não saber em quem confiar e um romance
repentino com o neto de um senador, que é um adolescente de verdade, e não um
doador, para quem ela tem que mentir sobre sua real identidade. Lutando para
saber a verdade e proteger quem ama, Callie acaba descobrindo que os planos de
Helena são bem mais complexos do que frequentar baladas, e que a Prime
Destinations é muito pior do que já
aparenta ser – e que seu corpo está em perigo, agora que ela sabe demais.
Apesar de ter demorado um pouco para terminar de ler “Starters”,
só posso culpar a minha preguiça por esse feito. Porque o livro é bom demais! Callie
é uma personagem que evolui durante a trama, já partindo do princípio de que
ela tem que se virar praticamente sozinha nas ruas, porque perdeu seus pais. No
fim do livro, ela já causou muito tumulto e até algumas mortes, mas está mais
forte e mais esperta – além de mais motivada. As outras personagens que são bem
importantes para a trama – como Blake, o filho do senador; Helena, a Ender; Michael, o amigo de Callie; e
muitos outros – também foram bem desenvolvidos pela escritora. Posso dizer que
isso, além do tema original em cima do qual a Lissa Price desenvolveu a
estória, são as minhas partes preferidas do livro.
“Starters” já começa a te encantar pela capa maravilhosa. Aí
você lê a sinopse e fica curioso. Quando você tem o livro em mãos e começa a
ler, percebe que a estória tem potencial. A Lissa soube aproveitar bem a ideia
central do livro, mas às vezes eu sentia que algumas informações eram
desnecessárias, podendo ser contadas mais para frente na estória, ou nem
aparecer, mesmo. Tirando isso, me encantei pelo livro, pela estória, pelas
personagens... Por tudo.
A editora Novo Conceito fez um bom trabalho de tradução e
revisão – graças a Deus que não traduziram os termos “Starters” e “Enders” –
mas o ponto forte da edição brasileira é a capa, mesmo. Não sei se a capa
americana é assim também, mas a brasileira reflete muito a luz do sol, fazendo
um efeito muito lindo. “Starters” é o primeiro livro da “série” (desculpem-me,
não sei como chamar uma série que só tem dois livros), e o próximo é “Enders”,
que estou doida para ler! Enquanto
não leio, só posso indicar o primeiro livro da série, que apesar de ser uma
ficção, fará você questionar muitos padrões e comportamentos do ser humano
atual.
Este livro é um dos prêmios da Gincana de Aniversário do Books and
Other Things.
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