Editora: Novo
Século
Páginas: 376
Mistério, romance, alta tecnologia, sangue e morte passam a
cercar a vida de Laura Vargas, museóloga brasileira, após ela aceitar um
surpreendente e inesperado convite para assumir o cargo de curadora de arte no
The City Museum of Art and Gallery, em Bristol, sudoeste da Inglaterra,a cidade
natal da família de seu pai. Disposta a começar uma nova vida ao lado da filha
adolescente, Cinthia, Laura se surpreende ao descobrir que nem todos são aquilo
que aparentam ser e que a eternidade é muito mais do que um conceito, ou uma
simples palavra, quando ela encontra o Lázarus e recebe dele o seu “dom”.
Agora, Laura precisa fugir de seus perseguidores, interessados em obter a
“cura” milagrosa para todos os males, o dom ofertado pela misteriosa criatura
lendária, e que se concentra em seu sangue.
“Lázarus” é o último livro que eu recebi do Book Tour do Selo Brasileiro. Eu
demorei um pouco para começar a lê-lo, e demorei um pouco também para
terminá-lo, mas se posso descrevê-lo com apenas uma palavra, é a seguinte:
Surpreendente. E por isso mesmo, desculpem-me se eu não conseguir expressar
direito o que eu senti lendo o livro – porque ele é muito bom.
Laura Vargas é uma museóloga brasileira que está se mudando
para Bristol, Inglaterra, por ter sido contratada para o cargo de curadora de arte
no “The City Museum of Art and Gallery”. Ela, que tem dupla nacionalidade –
brasileira e inglesa – vai para a casa de sua falecida avó levando Cínthia, sua
filha adolescente, na espera que sua vida melhore, e que ela cresça
profissionalmente.
Um dia, em uma “festa” no museu – abertura da exposição do
Van Gogh, que ela organizou – Laura conhece o irmão de sua chefa, Clementine,
chamado Robert – que lhe cativa os olhos no momento em que ela o vê. Robert e
Laura começam a se ver frequentemente, até que assumem um romance.
"Robert me abraçou num ímpeto.
- Sim. No momento em que você falou “Consegui! Vejam, eu
consegui!”, sua mensagem mental cruzou nossa cabeça – ele sorria abertamente. –
Laura, você nos comunicou em pensamento. Você fez a conexão mental, agora já
pode mandar e receber mensagens. Sua mente se abriu para o grupo.” (Página 214).
Enquanto isso, Bristol está sendo assombrada por um
assassino impiedoso, que drena o sangue de suas vítimas, deixando-as com uma
expressão assustadora. Kate, assistente de Laura e estudante da universidade
local, é uma das vítimas, mas consegue sobreviver – porém fica praticamente em
estado vegetativo. Laura sente-se culpada, pois no dia da exposição das obras
de Van Gogh ela viu olhos vermelhos espreitando-a, e ela acha que eles
pertencem ao assassino. Robert tenta convencê-la de que ela não teve culpa, mas
para tal, ele teria que revelar sua verdadeira identidade.
Um dia, a própria Laura acaba sendo vítima do assassino, que
lhe deixa à beira da morte. Robert, num ato desesperado, decide transformá-la
na mesma criatura que ele: um vampiro. E é o que ele faz. Porém, dois anos
depois, Laura descobre que a mordida de um Lázarus pode curar tudo... Inclusive
o vampirismo.
Vocês não fazem ideia do quanto “Lázarus” me surpreendeu. Eu
não tinha lido a sinopse, não sabia sobre o que se tratava o livro, e nem o
título, nem a capa dizem muito sobre a estória. Então imaginem a minha surpresa
quando eu passei a parte lenta do livro – cerca de cem páginas – e descobri que
se tratava de vampiros? Ou, melhor ainda: de outro ser mitológico, até então
tratado como lenda, que é conhecido como “A Cura”?
"(...) Ainda não posso afirmar com certeza, Laura, vou ter
que pedir que me deixe fazer alguns exames em você antes, mas minha teoria é a
de que vai manter essa temperatura, porque seu corpo agora possui resposta
imune total contra qualquer tipo de vírus ou bactérias. A sua nova temperatura
funciona como uma espécie de “alerta corporal constante”, como se você vivesse
com febre e, consequentemente, com o sistema imunológico preparado – ele concluiu.
– Antes mesmo que você perceba algo de errado, seu corpo já terá eliminado a
ameaça.” (Página 303 – Carlo explicando para Laura uma de suas reações após o
aparecimento de Lázarus).
Eu gostei das personagens, as achei bem construídas e bem
colocadas no contexto da estória. Podemos sentir a angústia do Robert quando a
Laura está à beira da morte, a revolta dela, recém-transformada em vampira... E
eu, pelo menos, senti muita raiva do
Avelar, que ficou arquitetando planos para começar uma guerra contra os Di
Feveré (o clã de Clementine) e os clãs que são seus amigos. Com isso, posso
concluir que a Georgette foi bem eficiente na construção de suas personagens –
e também da sua estória, super criativa e cheia de reviravoltas.
Mas é claro que nem tudo é perfeito, e há sim pontos contra.
Para começar, eu achei o começo do livro meio lento. Foi difícil me manter
focada, mas eu consegui – e valeu a pena, porque mais ou menos após a centésima
página, lá para a segunda parte do livro (que é dividido em três), eu consegui
engatar a leitura, e a estória se desenvolveu melhor. Outra coisa: eu achei bem
legal a mudança de narrativa, mas seria bom ter alguma indicação sobre qual
personagem está narrando naquela vez (até para facilitar o entendimento da
estória e das emoções narradas). E por último, a linha do tempo; eu me confundi
um pouco com ela. A estória começa no presente, depois volta três anos, quando
Laura estava se mudando para Bristol, e algumas vezes ela avança no tempo, para
então voltar ao tempo natural da narrativa. Não é algo que prejudique
completamente, mas me senti perdida várias vezes.
Por fim... Vale muito a pena ler “Lázarus”. Ao que tudo
indica, o livro faz parte de uma série – já que o final é inconclusivo – mas eu
pesquisei e não achei nenhum livro que seja o volume seguinte a este; isso é
ruim, porque estou muito curiosa para saber o que acontecerá com a Laura em
seguida ao último acontecimento narrado neste livro. Ah, e queria dizer também
que não gostei muito da capa, acho que ela pode ser mais chamativa e mais
relacionada à estória. Mas não julguem! O livro é muito bom.
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