sexta-feira, 23 de março de 2012

Resenha: Jogos Vorazes

Jogos Vorazes, por Suzanne Collins
Jogos Vorazes #1
Editora: Rocco
Páginas: 397

Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte!

Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?


A narrativa inicia numa época bem mais a frente da nossa, na qual a América já não existe, e o continente é chamado Panem, dividido em doze distritos, mais a Capital. Costumava haver outro distrito, o décimo terceiro, que foi extinto após uma tentativa de revolução. Cada distrito é responsável por algo. O de Katniss, a protagonista, que é o décimo segundo, é responsável pelo carvão, por exemplo. E é também um dos distritos mais pobres entre os doze.

Todo ano são “comemorados” os Jogos Vorazes, um reality show sangrento, em que dois adolescentes de cada distrito – um garoto e uma garota, chamados tributos – são mandados à Capital, para lutar até a morte. Dos vinte e quatro tributos, apenas uma pode ganhar os Jogos. É uma forma da Capital mostrar que ainda tem poder sobre os distritos, para eles não tentarem uma nova revolução. E é também uma forma macabra de entretenimento.

Na septuagésima quarta edição dos Jogos Vorazes, o nome feminino escolhido foi o de Primrose Everdeen, a irmã de Katniss. Sabendo que a garota – que tem apenas doze anos – não sobreviveria aos Jogos, Kat se voluntaria para ser um tributo – algo não muito comum entre os distritos mais pobres. E enfim é tirado o nome masculino, que é Peeta Mellark.

Já na arena dos Jogos, Katniss tem que lutar pela sua vida; e lutar bastante, levando em conta que os tributos carreiristas – como são chamados os tributos dos distritos mais ricos, que treinam a vida inteira para os Jogos, embora isso seja ilegal – estão atrás dela, sabendo que ela causou uma boa impressão nos “jurados”, e também no público.

Enquanto tenta sobreviver aos Jogos, Kat não consegue evitar os pensamentos que a assombram... Sobre Gale, seu melhor amigo, sobre Peeta e suas intenções, sobre Prim e sua mãe – se estão bem, como estão sobrevivendo –, sobre os outros tributos, e também sobre como será a sua vida após os Jogos. E no meio disso tudo, a protagonista conhece Rue, uma garota do distrito onze, que a faz lembrar de Prim, com quem ela faz aliança. E lembrando que Kat necessita de duas habilidades para sobreviver, já que nunca se sabe o que o outro dia – ou a própria noite – reserva.

O livro é dividido em três partes. O primeiro, “Os Tributos”, é o mais calmo, no qual a Katniss narra sobre a sua vida, a sociedade em que vive na época, a colheita – como é chamada a escolha dos tributos de cada distrito –, sua ida para a Capital, o início do treinamento como tributo, e como ela se sente com tudo isso. A segunda parte, “Os Jogos”, é quando a ação realmente começa. Já na arena, Kat tem que lutar pela sua vida, enquanto começa a descobrir novos sentimentos, e tenta não pensar na saudade da família, mantendo a máscara de ‘girl on fire’ – ou ‘garota quente’, como ficou a tradução no Brasil. E na terceira e última parte, “O Vitorioso”, Katniss narra o final dos jogos, sua ida para casa, e ainda tem que lidar com conseqüências pelos seus atos na arena – desculpem se parece spoiler, mas todos sabem que ela ganhou, e não se preocupem, tem bem mais estória que isso.

Minhas expectativas estavam bem altas quanto a “Jogos Vorazes”. No começo, achei que elas não seriam alcançadas, até porque como eu falei, o início do livro é bem calmo. Mas quando eu estava quase na metade, entendi porque todos amam a trilogia. A Suzanne soube colocar os fatos na ordem certa, causando uma ansiedade no leitor, até que a ação realmente comece. E enquanto isso, não é só ação que rola. Há dúvidas, há compaixão, há seriedade... Há tudo! Haha. A Suzanne soube mesclar bem os acontecimentos do livro, para que nenhuma parte fique chata – nem o começo! – nem rápida ou lenta demais.

Acho a capa linda, fiquei bem feliz pela editora Rocco ter mantido a capa original. A diagramação é simples, somente nos inícios de capítulo – como mostrei na última Caixa de Correio – e tanto a tradução quanto a revisão ficaram muito boas – apesar de eu não ter gostado do termo ‘garota quente’, mas tudo bem, não sei o que eu usaria, no português. Estou louca para ler “Em Chamas”, mas acho que só poderei comprá-lo mês que vem – ai, que tristeza. Aceito doações, certo?

De qualquer forma, “Jogos Vorazes” é aquele livro que você não consegue largar até terminar, e já termina querendo mais. Mal posso esperar para assistir ao filme – que estréia hoje! – e tirar as minhas conclusões quanto a adaptação – que pelos trailers, parece estar bem fiel. E Feliz Jogos Vorazes!

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