Resenha: Julieta Imortal

A maior história de amor de todos os tempos é uma farsa

Julieta Imortal, de Stacey Jay

Editora: Novo Conceito

Páginas: 237

Nota: 8

Julieta Capuleto não tirou a própria vida. Ela foi assassinada pela pessoa em quem mais confiava, seu marido, Romeu Montecchio, que fez o sacrifício para assegurar sua imortalidade. Mas Romeu não imaginou que Julieta também teria vida eterna e se tornaria uma agente dos Embaixadores da Luz. Por setecentos anos, Julieta lutou para preservar o amor e as vidas de inocentes, enquanto Romeu tinha por fim destruir o coração humano. Mas agora que Julieta encontrou seu amor proibido, Romeu fará de tudo que estiver ao seu alcance para destruir a felicidade dela.

Recebi “Julieta Imortal” da Editora Novo Conceito, para resenha. Já havia recebido uma cópia antes, mas não era a definitiva. Li o livro no mesmo dia em que chegou, mas enrolei demais com a resenha. Me perdoem por isso, rs.

“Julieta Imortal” me cativou pela capa linda (e meio triste, eu achei), a chamada instigante e a sinopse reveladora, mostrando que este não é um simples romance que fala sobre a história de Romeu e Julieta, mas sim um livro diferente, falando como tudo realmente aconteceu. Ah, e o livro é narrado pela própria Julieta. Adoro livros narrados em primeira pessoa.

Julieta Capuleto, na verdade, não se matou, como todos pensam. Ela foi morta por Romeu, que induziu Shakespeare a escrever a obra tão conhecida, de um modo trágico, mas sem realmente por a culpa em nenhum dos dois. Julieta não consegue esquecer que o seu amado, em quem confiou, a traiu pela vida imortal, e vive com este rancor no coração.

A sua missão como Embaixadora da Luz é ajudar os casais a ficarem juntos. Quando ela começa uma missão, só a terminará quando o casal estiver completamente apaixonado, e suas auras estejam vermelhas, indicando que nada os separará. Mas Romeu sempre se mete em seu caminho, fazendo com que um membro do casal se sacrifique, acabando com toda a missão de Julieta. Mas dessa vez é diferente.

Romeu está perseguindo Julieta. Perseguindo demais. Está tentando convencê-la de que a ama, de que eles poderiam ser felizes. Mas ela tem muito rancor no coração para ouvi-lo. E quando outro aluno apaixona-se por Ariel, a garota cujo corpo Julieta está possuindo, ela vê-se em uma situação crítica, apaixonando-se cada vez mais pelo namorado da melhor amiga de Ariel, cuja ela devia estar ajudando, e ficando numa situação cada vez pior com Romeu, que não a deixa em paz, e ainda ameaça Ben, o seu amor recém descoberto.

Até que Julieta começa a ver espectros de seu corpo – seu corpo real, não o de Ariel – e vai descobrindo que há algo mais no seu passado. Algo que não consegue lembrar; porque não quer, ou porque esconderam suas memórias.

Gostei muito de “Julieta Imortal”, principalmente por ser diferente do clássico, e pela escritora ter dado uma versão bem justificável pro clássico de Shakespeare. Stacey Jay conseguiu retratar muito bem as emoções de Romeu, de Ben e, principalmente, de Julieta. Ela me passou exatamente o que as personagens estavam sentindo, deixando-me com medo, angustiada, feliz, enfim... Sentindo-me exatamente como as personagens.

Fiquei um pouco triste com o final, porque apesar de ter sido bom, não foi tudo o que eu esperava. E algo que me irritou um pouco foi o melodrama da Julieta, toda hora culpando o Romeu, depois de 700 anos; sem querer ouvi-lo, sem querer saber a verdade – ou, como ela pensa, mais mentiras – nem nada assim. Consigo entendê-la, mas enfim... Esse drama me irritou um pouco. Mesmo assim, recomendo a leitura, até porque o livro não se torna pior por causa disso. Talvez apenas eu me irrite com esses detalhes, rs.

E se você gosta da versão original, e está com medo de se decepcionar com “Julieta Imortal”, não se preocupe. Provavelmente isso não acontecerá. Stacey te entreterá o suficiente pra você nem pensar na versão de Shakespeare.

xoxo