Resenha: Confissões de um Turista Profissional

Tudo o que você queria saber sobre viagens e que os guias jamais vão contar.

Confissões de um Turista Profissional, de Kiko Nogueira

Editora: Novo Conceito

Páginas: 94

ISBN: 978-85-63219-43-5

Nota: 8 

Quem gosta de viajar, e viaja mesmo (isto é, não faz turismo pra inglês ver), sente uma vontade danada de falar a verdade sobre os lugares que visitou. Coisas como: vale a pena todo aquele trabalho no Louvre para não ver a Monalisa? Existe algum lugar mais insalubre do que uma barraca de praia no Nordeste? Ou ainda: por que o Brasil precisa de mais um a obra de Oscar Niemeyer, o veterano arquiteto que deixa um rastro de concreto aonde quer que vá? Mas falar essas coisas é, no mínimo, tornar-se um chato. Pois Jota Pinto Fernanda, alter ego de Kiko Nogueira, é o chato que vive em cada viajante. Corajoso e desbocado o suficiente para dizer o que as agências e seu amigo que acabou de chegar de Nova York nunca falarão. Escrito pelo ex-diretor da revista Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas, da Editora Abril, Confissões de um Turista Profissional é uma leitura para quem quer olhar as lindas fotinhos no celular, na volta daquele pacote inesquecível, e pensar: “E não é que era isso mesmo...?”

Quando bati o olho na capa de Confissões de um Turista Profissional, já imaginei que ele fosse engraçado; pela sinopse, pareceu ter uma visão mais irônica e crítica. E quando eu o li, percebi que é um livro fino, que nos dá vários conselhos e avisos, direta ou indiretamente, sobre algumas furadas que podem acontecer em viagens – o que o torna engraçado – e também dá dicas inteligentes ao governo, praticamente gritando “acordem”, o que o torna crítico. A ironia ocorre em pequenas doses, mas ela está lá, principalmente em um dos primeiros capítulos, “O Rio do João”.

O livro não segue uma continuidade, e não conta apenas uma história. São vários capítulos, cada um falando sobre alguma coisa. Desde o Brasil, aos Estados Unidos, também á Europa, Kiko Nogueira deixa bem claro que nem tudo é um mar de rosas em uma viagem, mas que apesar disso, devemos aproveitá-la bastante.

Eu realmente gostei dessa crítica ao governo, principalmente quanto ao turismo, e ao que realmente dão valor aqui no Brasil. São críticas construtivas, tratadas informalmente, mas deixando bem claro: Há muito que mudar por aqui.

Confissões de um Turista Profissional também nos faz pensar que não devemos ter preconceitos com turistas, e que não há diferença entre mochileiros, viajantes e turistas – afinal, todos estão viajando. Com a experiência de um homem viajado, o livro foi escrito de uma forma bem verdadeira, e com conselhos bons, indiretamente.

Para uma leitura leve e rápida, sem compromisso, eu indico Confissões de um Turista Profissional.

xoxo